A Nossa História

2006, Lisboa

No corredor movimentado de uma faculdade, numa tasca do cais do sodré, numa rua do bairro alto, surgem conversas alvoroçadas e animadas por uns quantos elementos miscigenados da alma.

Angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, portugueses, são tomenses, timorenses e quem mais quiser chegar, juntam-se em volta de uma mesa.

Mas de que falam estes jovens? Que debate é este que parece querer ganhar contornos cada vez mais convictos e ambiciosos?

Estes jovens falam de interculturalidade, desenvolvimento, miscigenação, afetividade, economia, corrupção, sustentabilidade, colonialismo, política, educação, cultura, sociedade!

Questionam, comparam, trocam, partilham, incorporam, ajudam, argumentam, misturam.

Dividem certezas e incertezas, multiplicam alegrias, partilham soluções.

Caber-lhes-á a responsabilidade por alguma mudança?

Nesta roda fala-se de Lusofonia. . No início, conceito estranho, por nós tantas vezes questionado, e que hoje, passados alguns anos, nos leva à conclusão que acerca dele, ainda existe um certo desconhecimento, uma falta de atenção e muitas interpretações enviesadas.

2008, Rio de Janeiro

A roda de amigos alarga-se. Por fortuna, destino ou verdadeira metáfora da Lusofonia, o Rio de Janeiro acolhe a espontaneidade do debate trazido por um daqueles irmãos da roda entretanto lá radicado. É com esta Cidade Maravilhosa que se estabelece a primeira Conexão, agora, verdadeiramente transatlântica.

As ideias e a conversa sobre Lusofonia, fervem já além Lisboa, num debate que vai ganhando corpo. Já não se discute apenas Lusofonia. Reinventam-se conceitos. Fala-se agora de Nova Lusofonia. Uma perspetiva própria? Uma outra atitude a disseminar entre as novas gerações?

Falar de Nova Lusofonia é falar da construção de uma identidade cultural, unida mas misturada nas suas diversidades. Identidade que preserva e amplifica sentimentos de cumplicidade, fraternidade e solidariedade entre povos. Algo vivido, questionado, e pensado por cabeças novas em um mundo novo todos os dias.

Sonhar é preciso! São precisos mais jovens empenhados em conhecer e acompanhar a(s) sua(s) cultura(s), as suas origens e perspetiva-las nas restantes culturas de língua portuguesa. Jovens mais interventivos, capazes de assumir uma atitude de responsabilidade pela mudança e melhoria destas sociedades.

2009, Rio de Janeiro, Brasilia, Fortaleza, Lisboa

Mas e então? Fica tudo só pela conversa, pelos sonho imaterial?

Não!

A 23 de julho de 2009 nasce a Conexão Lusófona como Associação Juvenil Sem Fins Lucrativos para corporizar estas ideias, estes debates, estes sonhos. Falamos então na segunda pessoa do plural: o Nós da Lusofonia em Conexão, o Nós da Conexão Lusófona.

Sementes plantadas, agora era hora de acompanhar e cooperar com o crescimento dos frutos.

A nossa passagem pelo Planalto Central, na capital Brasília, rendeu-nos um convite para representarmos a juventude, no V Encontro Empresarial da Língua Portuguesa, realizado em Fortaleza no estado do Ceará.

Sob o sol quente de setembro, apresentamos as nossas idéias e procuramos envolver os nossos interlocutores no propósito que defendíamos e que queríamos ver realizado. E foi muito prazeroso presenciar uma grande recetividade e abertura dos que tiveram a oportunidade de nos ouvir. Incentivo para continuarmos em frente, mostrando que o movimento se insere naturalmente num novo contexto mundial.

Mais tarde, em novembro de 2009 e abril de 2010, já que Lisboa tinha visitado o Rio, era agora a vez do Rio vir a Lisboa! Nesses dois meses, recebemos em Portugal três cariocas empenhados em fazer crescer e realizar o sonho do lado de lá. Conexões, oportunidades, e ideias se criam.

Feitas estas viagens, dadas tantas voltas, aceite o sonho e a aventura de reinventar ou criar uma Nova Lusofonia, foi bom concluir que existe SIM uma Conexão Viva. Um grupo com estrutura e força para uma caminhada em várias frentes.

2010, Lisboa, Rio, Luanda, Praia, Madrid, Barcelona, Boston, Macau

Hoje somos MAIS e já não estamos apenas no nosso quintal. O mundo ficou pequeno e a Lusofonia é global. Através da internet, conhecemos pessoas nos mais variados cantos do globo que se juntaram a esta corrente lusófona.

São conversas ao telemóvel, no skype, no msn, em português de vários sotaques e perfumes, crioulo à mistura. Encontramo-nos pessoalmente aqui e ali sempre há um pretexto, uma oportunidade.

Em 2010, a Conexão começa finalmente a materializar tudo o que pensou e debateu ao longo de anos, e estamos mais do que nunca empenhados em fazer com que a cultura lusófona seja mais sentida, entendida e apropriada pelas novas gerações.

Mas vamos fazer o quê?

Vamos criar uma série de projetos promotores da interculturalidade e da troca de conhecimento no espaço da língua portuguesa (do qual este site é só um exemplo).

Vamos combater pré-conceitos, estereótipos e barreiras que só nos afastam e não nos aproximam…

Vamos lutar por um verdadeiro sentimento de pertença, por uma verdadeira consciência do que significa afinal ser-se lusófono e do que somos nós, lusófonos, em diálogo aberto com o resto do mundo.

Vamos Chamar para perto, todos os que desta Família fazem parte.

Para fazer tudo isto acontecer, precisaremos, num futuro bem próximo, de apoios e parcerias, nas mais variadas áreas, mas sobretudo de vontades, de risos, de perfumes de latitudes várias dos alentos dos que connosco queiram partilhar o Sonho e fazer parte da sua realização.

Procuramos, verdadeiras convicções e claro…cada vez mais e melhores Conexões Lusófonas.