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Após denúncia de “inferno nauseabundo”, Serviços Prisionais angolanos minimizam relatos de activistas

Leya

 

Um verdadeiro caos, é o que se vive na cadeia onde se encontram detidos os actvistas angolanos acusados de rebelião contra o regime. Em cartas enviadas ao portal Rende Angola, os activistas relatam as condições “nauseabundas” do Estabelecimento Prisional de Viana, denunciando ainda as proibições de visitas e entregas de comida e alertando para o “negócio” da cantina do estabelecimento, que pratica preços, por vezes, três vezes superiores ao do mercado.

 

A primeira, que começa por dizer “vimos por este meio exigir que se respeitem os nossos direitos fundamentais que estão constantemente a ser violados”, é datada de 20 de Abril e é assinada por Inocêncio de Brito, Albano Bingo Bingo, José Gomes Hata, Manuel Nito Alves, Arante Kivuvu, Benedito Jeremias, Hitler Samussuku e Nelson Dibango.

 

A segunda carta, assinada por Mbanza Hamza, é datada de 19 de abril e afirma que há funcionários arrogantes que dificultam a “comunicação” no estabelecimento, e há também outros que deviam ser presos porque eles não se responsabilizam pelos preços exorbitantes praticados pelo gestor da cantina do estabelecimento prisional, e acusam-no de extorsão.

 

Prosseguindo, Mbanza Hamza explica que, devido a todas as restrições por parte do estabelecimento prisional, desde dia 13 de Abril que não recebe comida dos seus familiares, contando com a solidariedade dos seus colegas para se alimentar, que consigo dividem as refeições que vão conseguindo chegar aos activistas.

 

Em resposta às alegações, Menezes Cassoma, porta-voz dos Serviços Prisionais, disse à DW África que o Bloco D, onde alguns dos ativistas se encontram presos, fica próximo às fossas da penitenciária.

 

– É normal que num local onde estejam internados de três a quatro mil reclusos, as fossas de tempos em tempos vão cedendo. O Serviço Penitenciário tem na cadeia de Viana uma equipa técnica que vai regularmente fazendo a sucção desses resíduos – declarou.

 

Outra reclamação dos activistas refere-se ao facto de estarem detidos em casernas “misturados com todo tipo de criminosos”, no Bloco D. Menezes Cassoma confirmou que a divisão dos reclusos é feita de acordo com os crimes cometidos, mas defendeu que no caso dos activistas tratou-se de uma “questão de humanização”.

 

– Em condições normais estariam no Bloco C [destinado aos reclusos que cometem crimes contra a tranquilidade e a ordem pública]. Foram colocados no Bloco D, exatamente porque é o bloco onde são enquadrados aqueles reclusos que estão no fim do cumprimento da pena. São levados para esta área como merecedores, pelo fato de terem boa conduta. O sistema já não faz essa compartimentação – relatou o porta-voz dos Serviços Prisionais.

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