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Educação: um compromisso (vitalício) com o futuro cabo-verdiano

O dia oito de setembro é assinalado, em quase todo o mundo, como o Dia Internacional da Alfabetização. Com a finalidade de celebrar esta data, Cabo Verde, sob o lema “Alfabetização e Sociedades Sustentáveis” e representado pelo Ministério da Educação e do Desporto, aproveitou para esboçar algumas metas educacionais para o futuro. Uma taxa de alfabetização acima dos 90%, tanto para homens como para mulheres, e alargar a escolaridade obrigatória até ao 12.º ano foram os primordiais objetivos mencionados.

 

A Diretora do Serviço de Formação e Educação de Adultos, Albertina Duarte, aproveitou a ocasião para fazer um balanço sobre os progressos conseguidos em Cabo Verde ao longo de quarenta anos de independência. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), Cabo Verde registou uma taxa de alfabetização à volta dos 80%, colocando a taxa de analfabetismo a rondar os 11%. Na faixa etária dos 15 aos 24 anos, a taxa de alfabetizados é de 98,9%. No entanto, a partir dos 65 anos ou mais, a taxa de analfabetos ainda ronda os 59%, existindo uma parca sensibilização para a importância da escolarização.

 

Segundo Albertina Duarte, existe uma discrepância nas taxas de alfabetização entre o sexo masculino, que se localiza nos 93%, e o sexo feminino, que se encontra nos 84%. Para contornar estes números, o governo cabo-verdiano pretende criar programas de alfabetização que abranjam todas as mulheres, incrementando a literacia e a numeracia das mesmas.

 

Se recuarmos um pouco na história cabo-verdiana, mais concretamente até à data da independência nacional, o analfabetismo estava posicionado nos 61%; o Ensino Básico (EB) elementar era de quatro anos e não era generalizado em todo o país, existindo apenas 23 escolas do EB e dois Liceus. No panorama atual, o cenário mudou: têm existido mais apostas estratégicas na educação; a formação de professores aumentou; começaram a ser construídas mais infraestruturas escolares e apostou-se na elaboração de materiais didáticos e de ensino. Graças a esses esforços, Cabo Verde conseguiu erradicar o analfabetismo jovem.

 

O secretário de Estado para a Educação cabo-verdiano, Amadeu Cruz, durante a comemoração do Dia Internacional da Alfabetização, destacou o posicionamento de Cabo Verde no ranking mundial dos países mais desenvolvidos, devido à elevada taxa de alfabetização. Nos dias que correm, praticamente toda a população tem acesso à escola. Qual a próxima conquista? Segundo Amadeu Cruz, alargar a escolaridade obrigatória até ao 12.º ano. Até 2021, esperam-se avanços nesse sentido, mudando a escolaridade obrigatória – com isenção de propinas – do oitavo ano até ao 12.º ano.

 

Criar oportunidades profissionais que sejam capazes de englobar toda a população cabo-verdiana é o trajeto delimitado para o futuro. O destino desta jornada será alcançado assim que a pobreza e as desigualdades forem reduzidas, em prol da riqueza e erradicação de problemas de saúde público-sociais.

 

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