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Homem condenado na França por terrorismo e ligações com a Al-Qaeda é professor no Rio de Janeiro

A Revista brasileira ÉPOCA revelou a história de um homem condenado por ligações ao terrorismo na Europa que vive atualmente no Brasil. A reportagem recapitula a trajetória de Adlène Hicheur, um argelino de nascimento naturalizado francês que, após ser condenado na França em 2009 a cinco anos de prisão por planejar atos terroristas, atualmente tenta reconstruir a vida no Brasil como professor.

 

Especialista em física das partículas elementares, Hicheur era considerado um cientista brilhante e integrou a equipe da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, na Suíça. Em 2009, por causa de uma licença médica, foi para a casa dos pais, na França, onde passou a frequentar um fórum na internet usado por jihadistas e a trocar mensagens com o usuário “Phenix Shadow”, alcunha de Mustapha Debchi, apontado pelo governo francês como um membro da Al-Qaeda na Argélia.

 

As informações divulgadas pela publicação brasileira mostram o conteúdo das conversas. Após algumas mensagens genéricas, o interlocutor propôs a Hicheur ações mais diretas, como um ataque suicida, ao qual o cientista prontamente negou, recebendo em seguida um convite para “trabalhar numa unidade de ativação na França”.

(Imagem: Reprodução Revista ÉPOCA)
(Imagem: Reprodução Revista ÉPOCA)

As mensagens foram interceptadas pelo governo francês e resultaram numa pena de cinco anos de prisão a Hicheur. Em 2012, ao receber a liberdade provisória, o cientista passou a tentar reconstruir a sua vida, e foi isso que o levou ao Brasil, após ter o acesso à Suíça negado até 2018.

 

Segundo a revista, Hicheur chegou ao Brasil em 2013, depois de obter uma bolsa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Atualmente, o físico é professor visitante na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Questionadas pela reportagem sobre os dados analisados na escolha de candidatos estrangeiros, ambas as instituições referiram que o processo seguiu as normas usuais para estrangeiros, como análise de currículo, mérito acadêmico e a exigência de passaporte com visto.

 

Após os atentados à revista Charlie Hebdo na França, em janeiro de 2015, a Polícia Federal brasileira, ao apurar a identidade de um simpatizante do Estado Islâmico que frequenta a mesma mesquita de Hicheur colocou o físico sob a mira da polícia brasileira, que passou a investigá-lo.

 

Procurado pela reportagem da Revista ÉPOCA, o cientista não quis falar sobre o assunto, afirmando que “estamos numa época de histeria”, em que “esse tipo de assunto não é assunto tratado de maneira analítica nem com razão”.

 

– Eu decidi não falar nada só para reconstruir minha vida. Não é porque eu não tenha razão. Eu tenho razão. Tenho muita coisa para falar. Mas deixa o tempo falar sobre isso – declarou.

 

Leia a reportagem completa no site da Revista ÉPOCA

 

Leya

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