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Investigadores portugueses acreditam que a folha de mirtilo pode tratar a esclerose múltipla

Um recente projeto de investigação da Universidade de Coimbra, em Portugal, apostou no estudo das propriedades da folha de mirtilo, com a finalidade de tratarem a esclerose múltipla – uma doença crónica, inflamatória e degenerativa, que afeta o Sistema Nervoso Central. Graças a este inovador objeto de estudo (as folhas do mirtilo), a nova pesquisa científica foi contemplada com uma Bolsa de Ignição, financiada pelo INOV C 2020, um projeto suportado por fundos comunitários do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) que pretende promover ideias de empreendedorismo e inovação na região centro do país. Este ano, os financiamentos foram atribuídos a 15 projetos de investigação científica (incluindo o supracitado), com aplicabilidade comercial.

 

Tendo em vista a criação de produtos nutracêuticos (ciência que combina a farmácia com a nutrição), com propriedades neuroprotetoras (que protegem o Sistema Nervoso) e neuroregeneradoras (que regeneram), para uso terapêutico na esclerose múltipla e em doenças do foro neurológico e psiquiátrico, a equipa de investigação encontra-se a desenvolver uma nova tecnologia de obtenção de compostos fenólicos (grupo de antioxidantes que combatem radicais livres), capazes de atuarem no Sistema Nervoso Central, e que estão presentes em elevado teor nas folhas de mirtilo.

 

A esclerose múltipla, uma doença neurodegenerativa, ainda não encontrou nas estratégias terapêuticas – que têm vindo a ser desenvolvidas – um tratamento viável. Hoje em dia, apenas são controlados os sintomas ou retardada a sua evolução. Segundo os dados estatísticos, divulgados pela Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), existem cerca de 60 casos diagnosticados por cada 100 mil habitantes, número que tem vindo a crescer. Desta forma, este novo estudo pretende utilizar as propriedades terapêuticas das folhas de mirtilo, tirando partido dos recursos endógenos (produtos naturais) e acrescentando um valor a um subproduto, desperdiçado atualmente pelo setor agrícola.

 

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O atual projeto conta com uma equipa de investigadores, com experiência nas áreas de farmacologia, neurologia e fitoquímica. Os cientistas multidisciplinares, provenientes da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em colaboração com a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica do Porto, contam, ainda, com o patrocínio da Cooperativa Agropecuária dos Agricultores de Mangualde CRL (COAPE) – um parceiro essencial para valorizar a folha de mirtilo, enquanto subproduto agrícola.

 

Os cientistas e investigadores de Portugal estão de parabéns; ficaremos à espera dos resultados do estudo pioneiro.

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