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Jogos Olímpicos do Rio acabam com chuva, alegria e carnaval

Leya

 

Com uma festa que reforçou o que a cidade tem de melhor e abordou a arte e a cultura nacional, o Rio de Janeiro se despediu dos Jogos Olímpicos na noite deste domingo (21 de agosto). O espetáculo foi pensado para ressaltar a criatividade do brasileiro e sua capacidade de criar com as próprias mãos, com um tom de celebração e congraçamento.

 

No Maracanã, os mais de 200 países que participaram da Olimpíada de 2016 deram adeus ao Rio de Janeiro em uma cerimônia realizada sob chuva e com direito mais uma vez a muita música brasileira, principalmente o samba.

(Imagem: Fernando Frazão Agência Brasil)
(Imagem: Fernando Frazão Agência Brasil)

Em comparação à cerimônia de abertura, o encerramento teve orçamento e tempo reduzidos, o que tradicionalmente acontece em Jogos Olímpicos. Enquanto a abertura se estendeu por quatro horas, o encerramento teve duração de 2h30. Diante das limitações impostas pelo local da cerimônia, recursos artísticos que funcionaram na abertura, como projeções e coreografias, foram novamente utilizados.

 

Figura que dividiu brasileiros e norte-americanos durante a cerimônia de abertura, Santos Dumont voltou a ser evocado no encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Fotos históricas do inventor foram mostradas no telão do Maracanã.

(Imagem: Pawel Kopczynski, viaAgência Brasil)
(Imagem: Pawel Kopczynski, viaAgência Brasil)

Alguns dos cartões postais do Rio de Janeiro, como os Arcos da Lapa, o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, tiveram suas formas moldadas pelos dançarinos. No total, três mil pessoas integram o elenco, sendo 300 dançarinos profissionais e 2,7 mil voluntários. O norte-americano Bryn Walters, um dos maiores especialistas em coreografias de massa e montagem e responsável pelas aberturas de Atenas 2004 e Londres 2012, assinou a coreografia do show.

(Imagem: Edgard Garrido, viaAgência Brasil)
(Imagem: Edgard Garrido, viaAgência Brasil)

O Hino Nacional brasileiro foi executado no batuque da percussão e entoado por um coro de crianças, representando cada uma das estrelas da bandeira do país, projetada no chão do estádio.

(Imagem: Fabrizio Bensch, viaAgência Brasil)
(Imagem: Fabrizio Bensch, viaAgência Brasil)

Em seguida, teve início a parada dos atletas, em um clima bem mais informal e descontraído do que se viu no dia 5 de agosto. Os competidores entraram em uma fila única, ao longo de um corredor formado pelos porta-bandeiras, em uma grande confraternização ditada por música eletrônica, repente e frevo.

(Imagem: Vasily Fedosenko viaAgência Brasil)
(Imagem: Vasily Fedosenko viaAgência Brasil)

O ato seguinte contou a história da arte popular brasileira, em suas diversas manifestações e extrapolando as fronteiras da cidade-sede. As pinturas e gravuras rupestres encontradas no parque arqueológico da Serra da Capivara, no Piauí, ganharam vida com movimentos coreografados. No chamado “momento lembrança”, Arnaldo Antunes declamou o poema “Saudade”, de sua autoria, evocando a palavra que só existe em língua portuguesa.

 

A tradição das rendeiras foi exaltada ao som da tradicional canção “Mulher Rendeira”, entoado pelas Ganhadeiras de Itapuã, grupo que resgata as antigas tradições do bairro de Salvador. Uma projeção criou a ilusão de que uma renda tinha sido tecida no chão do estádio. Em seguida, o grupo Corpo apresentou um trecho do espetáculo Parabelo, em ritmo de forró.

(Imagem: Fabrizio Bensch, viaAgência Brasil)
(Imagem: Fabrizio Bensch, viaAgência Brasil)

O público levantou-se logo nos primeiros acordes de “Asa Branca”, uma das canções mais conhecidas de Luiz Gonzaga, improvisando uma ciranda nas arquibancadas. Em homenagem a mestre Vitalino e suas esculturas, os dançarinos foram caracterizados como bonecos de barro e mostraram passos do forró.

 

Repetindo uma tradição olímpica, a cerimônia de premiação da maratona masculina aconteceu no meio do encerramento, na entrega das últimas medalhas dos Jogos. O ouro ficou com o queniano Eliud Kipchoge, a prata com o etíope Feyisa Lilesa e o bronze com o norte-americano Galen Rupp. Na apresentação dos atletas recém-eleitos para compor a Comissão dos Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI), a mais aplaudida foi a saltadora russa Yelena Isinbayeva.

 

Depois da homenagem aos voluntários da Rio 2016, em que o cantor Lenine apresentou uma versão feita para eles de sua música Jack Soul Brasileiro, a bandeira da Grécia foi hasteada e o hino do país entoado para o recolhimento da bandeira olímpica.

 

-Valeu, Brasil! Esses foram Jogos Olímpicos maravilhosos, na Cidade Maravilhosa – pontuou em seu discurso, o presidente do COI, Thomas Bach.

(Imagem: Fernando Frazão Agência Brasil)
(Imagem: Fernando Frazão Agência Brasil)

Após o apagar da chama olímpica, o Maracanã virou carnaval com a chegada do Cordão do Bola Preta e de integrantes de escolas de samba, embalados pela marchinha “Cidade Maravilhosa”, hino da cidade do Rio de Janeiro.

 

O público ficou de pé para cantar as marchinhas que ganham o carnaval de rua e sambas-enredos consagrados. A festa ficou completa com a chegada de um carro alegórico, convidando os atletas a tomarem o gramado e acompanharem os fogos de artifício. Só faltou avisar que a festa tinha acabado: atletas, voluntários e o público continuou dançando, ao som do samba tocado nos alto-falantes, como se os Jogos estivessem só começando.

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