Cultura

Lobo Antunes lamenta Portugal e Espanha não serem o mesmo país

O célebre escritor português António Lobo Antunes lamentou nesta terça-feira (11) que Portugal e Espanha não sejam o mesmo país. A declaração foi feita ao jornal La Vanguardia, durante a Feira Internacional do Livro de Guadalajara. A frase viralizou nas redes sociais após ser disseminada por jornais portugueses.

 

“Não consigo descobrir muitas diferenças entre a gente da península, somos a mesma coisa, temos a mesma maneira de reagir, embora se coma melhor na Catalunha do que em Portugal. É uma pena que não sejamos o mesmo país, todos os ibéricos. Filipe II de Espanha e I de Portugal tinha todo o direito de ser nosso rei, era neto do monarca legítimo”, afirmou o escritor.

 

Há pouco tempo que Lobo Antunes lançou a sua mais recente obra em Portugal, o livro A última porta antes da noite. Assim como outros dos seus escritos, conta com muitas influências da Península Ibérica. Atualmente ele mora em Lisboa, cidade que também mencionou na mesma entrevista e destacou seu estado de degradação.

 

“É um inferno desde que a Madonna e tantos famosos vieram viver para lá. A vida é barata, eu almoço sempre em restaurantes de bairro por seis ou sete euros. Vivo na periferia, porque sou uma espécie de emblema do país e, no centro, as pessoas querem tirar fotos comigo. Só estou tranquilo no meu bairro, onde as pessoas me conhecem e me protegem”, afirmou o escritor.

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Saramago também tinha uma opinião semelhante

Quando em vida, o escritor José Saramago (1922-2010) disse algo parecido ao jornal Diário de Notícias. Durante uma entrevista que foi realizada há mais de dez anos, ele ressaltou que Portugal poderia se integrar a Espanha tornando-se uma província de um país que se chamaria Ibéria.

 

Saramago foi o único escritor português até então a receber um prêmio Nobel de literatura. Ele ficou conhecido mundialmente pelo seu estilo de escrita, suas histórias intensas e sua forma de pensar. Entre as suas principais obras, podemos destacar O ensaio sobre a cegueira, que virou filme, e O memorial do convento, que foi adaptado para uma ópera em 1990.

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