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Numa brincadeira, a triste realidade

Leya

 

Uma criança brinca na rua de uma favela do Rio de Janeiro no fim de tarde. A brincadeira escolhida: esconde-esconde. Com o desejo de vencer, o menino é ajudado por homem fardado e armado a quem pode confiar, que o leva a um esconderijo onde pode sair vencedor, e aí entra em contato com o lado “mau” das pessoas.

 

Segundo a Amnistia internacional, no Brasil são assassinadas anualmente 56 mil pessoas, 30 mil são jovens e a maior parte (77%) são negros. Os números alarmantes são motivo de preocupação para a organização, que com frequência tem alertado para o aumento da violência policial no Brasil, e em especial no Rio de Janeiro.

 

A 100 dias da Olimpíada, Anistia Internacional denuncia aumento da violência policial no Rio

 

Tais acontecimentos deixam marcas na produção cultural das comunidades, como forma de reagir ao fenômeno. Um exemplo é a curta-metragem “Esconde-Esconde” que tem por objetivo de sensibilizar os brasileiros acerca do extermínio da juventude negra no país.

 

 

Na curta-metragem, é uma criança que nos conduz pela triste realidade. Escrito por Luiz Felipe Mendes (Don), a produção é protagonizada e narrada por Tom Mendes, irmão mais novo do realizador.

 

– As estatísticas são muito cruéis e implacáveis. Eu precisava falar disso, pois sou o irmão mais velho de cinco e três deles moram em comunidade. Tenho medo. Muito. Eu me sinto cada vez mais com responsabilidade de fazer algo(…) Os orixás, os Deuses, a natureza. Tudo está me inspirando tanto e ampliando tanto minha visão que não posso deixar isso passar. Meu dever como artista é transformar as minhas angústias em arte – declarou Don em entrevista ao portal Vem Divante.

 

“Esconde-Esconde” é uma parceria entre Quadro Negro TV e Lubo Produções Artísticas.

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