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Pancho Guedes, o arquitecto que queria transformar a cidade Lourenço Marques (1925 – 2015)

No mês em que se comemoram, a 10 de novembro, os 128 anos da capital de Moçambique – a Cidade de Maputo – morre também, a 7 de novembro, na África do Sul, um humanista, observador, pintor e escultor de edifícios, de seu nome Amâncio d’Alpoim Miranda Guedes, ou simplesmente Pancho Guedes.

 

Nascido a 13 de maio de 1925 em Lisboa, Pancho Guedes foi o arquitecto de centenas de edifícios em Moçambique. Deixa-nos com 90 anos de idade e uma vasta obra que ousou transformar a antiga capital colonial Lourenço Marques (hoje, Cidade de Maputo).

 

Pancho Guedes, se preocupou com as assimetrias que existiam na época colonial entre a zona de caniço e a de cimento da então cidade de Lourenço Marques. Tal consciência o levou a publicar um artigo no qual denunciava a falta de condições básicas de higiene e habitabilidade na periferia, o que lhe valeu diversas críticas na altura.

 

Pancho Guedes tinha a ideia de criar uma cidade unificada, mas por falta de recursos não chegou a concretizar todos os seus projectos. De acordo com Malangatana, Pancho Guedes era um homem apaixonado pelos objectos de escultura ligados à cultura africana, ou seja, integrava-se seriamente na cultura e o reflexo disso via-se nas suas obras.

 

O pintor mor de Moçambique falou na altura da convivência, mas também não poupou elogios àquele que considera o seu mestre.

 

– Pancho Guedes apresentou- me a Eduardo Chivambo Mondlane a quem pedi que me levasse para os Estados Unidos e ele recusou-se. Guedes ficou muito contente e hoje percebo o porquê de tanta alegria, afinal, ele e Mondlane não queriam que eu sofresse influências externas.

 

Pancho deixou um enorme legado não somente em Moçambique mas também em Angola, África de Sul e Portugal.

 

– O seu trabalho é de uma enorme dimensão e está espalhado por toda a cidade de Maputo – disse na ocasião o director da Faculdade de Arquitectura, o arquitecto Luís Lage.

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