Saúde

Pesquisa destaca uso de planta africana no combate ao crack

O poder de cura das plantas é um dos mais antigos saberes populares do mundo. Dores, queimaduras e mesmo doenças mais graves como depressão e câncer têm cada vez mais tratamentos baseados em emplastros, chás e comprimidos à base de ervas que os avós já plantavam e aconselhavam correntemente. E, agora, também podem ser utilizadas para o combate à dependência química, inclusive do crack.

 

Uma investigação realizada pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apontou que a Iboga – planta africana – produz uma substância cinco vezes mais eficiente na interrupção do vício em crack do que os tratamentos mais comuns. Esta substância é chamada Ibogaína.

Estudo

O estudo – realizado com pacientes usuários de crack, cocaína e álcool – resultou em 55% dos homens e 100% das mulheres livres do vício. As taxas de sucesso de tratamentos convencionais variam de 5% a 10% dos casos. Os participantes da pesquisa eram pessoas com histórico de dificuldades em deixar o vício. “A gente tem pacientes nesse grupo que, com 30 anos de idade, registram mais de 30 internações”, afirma o médico Bruno Chaves, um dos responsáveis pela pesquisa, à Agência Brasil.

A Iboga e a Ayahuasca

A Iboga tem efeito alucinógeno semelhante à Ayahuasca e ambas são utilizadas em cerimónias religiosas. A primeira por tribos africanas e a segunda (um misto de plantas) por tribos amazónicas. Porém, enquanto o efeito da Ayahuasca dura 4 horas, o da Iboga pode durar até dois dias. O resultado é uma ampliação da consciência do papel do indivíduo no mundo. Isso faria com que ele opte por deixar atitudes que não fariam sentido para a vida dele.

 

Quimicamente, a explicação de Chaves é que a substância “equilibra a quantidade de neurotransmissores que há no cérebro e isso faz com que o paciente tenha uma sensação de bem-estar definitiva, não é só durante o efeito da medicação. A impressão que dá é que a Ibogaína interrompe o processo que leva à dependência química”. Assim, o paciente abre-se a outras etapas do tratamento.

 

O médico alerta para que não seja feito o uso independente da substância, já que este pode gerar efeitos colaterais.

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