Cultura

Receitas de saudade

(Imagem: Eu me chamo Antônio)

 

Misture nostalgia e melancolia a gosto. Acrescente felicidade e tristeza (mas não desgosto) conforme a necessidade, sem esquecer umas pitadas de fragilidade. Deixe dourar por uma semana. Ou, se for o caso, por um mês.

 

Se quiser arriscar a ficar com mais liga, deixe alguns anos a mais, mas não deixe muito mais, o gás pode acabar,

 

E se o Fogo apagar, solar.
A saudade que fica pronta é uma mistura rica e, por que não, bendita

 

De sentimentos nobres ou não, mas todos fortes, vindos do coração.

E isso só nós temos. Digo nós, para quem fala português, porque essa Saudade é exclusividade.

O inglês tenta I miss you, o espanhol e o francês,

No máximo, Nostalgia(e).
Penso que talvez por isso sejamos diferentes. E devemos dar valor.

 

Não só porque só nós temos, mas principalmente porque diz de onde viemos.

 

É da nossa identidade.

 

Você pode ser romântico como Drummond e dizer que “sentimos saudade de certos momentos da nossa vida e de certos momentos de pessoas que passaram por ela”. Pode ser surrealista como Ruy Barbosa, e ter saudade do que ainda não viveu. Pode ser um anônimo como eu.

 

Tentar uma receita.

 

Pode só sentir por conta própria, ou ir ler os versos de Vinícius ou Pessoa.

 

Não os cito aqui, porque seria covardia, talvez até hipocrisia. Pegar carona em tamanha genialidade e poesia; para capitalizar uma imensidão de sentimentos nos meus reles versos.

 

Para finalizar, se quiser lembrar o que é Lusofonia, lembra da Saudade.

 

Como muitas outras coisas, só nós temos. E fica uma dica, se não for muito óbvio: eu não pronunciei, mas vale procurar; leia “Saudade Dada” de Pessoa, ou “Chega de Saudade” de Vinicius.

 

É para se encantar.

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