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Sem oftalmologistas, STP terá plataforma inovadora de telemedicina

(Imagem: Tonymadrid via Flickr cc)

A união entre a tecnologia e a medicina pode ser a garantia de visão saudável aos são-tomenses. Num país onde infelizmente ainda não há médicos oftalmologistas, estima-se que cerca de 3 mil pessoas enfrentem problemas de baixa visão e cegueira.

Uma plataforma de telemedicina conjugada com instrumentos de diagnóstico de oftalmologia, pioneira a nível mundial, permitirá que sejam realizadas consultas entre Lisboa e São Tomé e Príncipe.

Funciona assim: o Medigraf – tecnologia que se baseia na utilização da internet e de um software específico – permite a visualização do médico, em tempo real, dos exames que estão a ser realizados em outro local, mesmo em outro continente, com o objectivo de conseguir um diagnóstico mais rápido e exato.

A tecnologia já é utilizada em consultas de telemedicina na cardiologia e na ortopedia em países como Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e em Portugal. A nova plataforma, apelidada de Teleye, integrará pela primeira vez seis equipamentos oftalmológicos fundamentais – lâmpada de fenda, retinógrafo, auto-refratómetro/keratómetro, tonômetro e câmara de alta definição.

A ideia é que a tecnologia se consolide como um instrumento fundamental para o rastreio, prevenção e tratamento de várias patologias que provocam a cegueira e a baixa visão.

– Nesta caminhada da telemedicina, já conseguimos integrar vários equipamentos numa plataforma. Várias especialidades médicas já utilizam esta tecnologia, agora chegou a vez da oftalmologia – explicou à agência Lusa Ahmed Zaki, um dos directores responsáveis por este projecto desenvolvido pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF).

A solução Teleye – que nasceu da parceria do IMVF com a PT Inovação e outros parceiros da área das tecnologias de oftalmologia – foi desenvolvida no âmbito do projecto de prevenção e tratamento de doenças oftalmológicas em São Tomé e Príncipe (iSEE).

Desde 2009, uma equipa de oftalmologistas do IMVF desloca-se a São Tomé e Príncipe três a quatro vezes por ano, onde realizam uma média de 650 consultas e 100 cirurgias em cada missão de 15 dias.

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