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Quando a tecnologia atua em lugar do Estado: aplicativos que cuidam da sua segurança

(Imagem: Reprodução Onde Fui Roubado?)

Os aplicativos para smartphone mudaram muito a nossa rotina. Já não é estanho ver pessoas a fotografar um prato assim que o recebem no restaurante, ou que preferem conversar com quem está na sala ao lado por Facebook ou mensagem de texto em lugar de conversar pessoalmente.

Mas também a forma como vivenciamos as metrópoles estão se alterando. O trânsito caótico, o medo de assaltos e os problemas estruturais da cidade agora podem ser denunciados em aplicativos que prometem facilitar a vida dos cidadãos. Sem confiança nos métodos tradicionais de garantir a proteção das pessoas, a população passou a utilizar alguns meios alternativos de fugir de incidentes criminosos.

Segurança

(Imagem: Reprodução Onde Fui Roubado?)

A falta de ações efetivas da polícia brasileira e a intenção de emitir um alerta sobre a falta de segurança deram origem à app Onde Fui Roubado?, uma plataforma colaborativa que mapeia ocorrências policiais com a ajuda de relatos das próprias vítimas. Criado por dois estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o projeto começou como um portal na internet em 2013 e hoje tem versões de aplicativos para smartphones, com mapas que mostram os pontos em que as pessoas foram assaltadas em qualquer cidade do Brasil.

Basta fazer um rápido cadastro junto ao serviço online e especificar o crime que foi cometido contra você para fazer parte da rede de relatores – as vítimas não têm seus nomes publicados. “Ajudar a mapear o perfil dos crimes que acontecem em sua cidade é uma ação que pode trazer uma série de benefícios. Inclusive chamar atenção das autoridades responsáveis pela segurança a usar as informações em seu trabalho de combate e prevenção”, pode-se ler na descrição do portal Onde Fui Roubado?

O usuário pode informar o local, o horário e a data onde foi roubado e detalhar o crime. A ferramenta disponibiliza várias opções, como furto, assalto coletivo, arrombamento veicular, roubo de veículo, saidinha bancária, assalto à mão armada, sequestro relâmpago e outros, todos distinguidos por cores diferentes no mapa. O usuário também pode informar que objetos foram levados e deixar um comentário com o relato nas suas próprias palavras.

Uma outra seção apresenta em tempo real as estatísticas atualizadas dos relatos de usuários: é possível saber por exemplo que 37% das vítimas são mulheres, que a maioria dos crimes ocorre à noite (55%) e que o mais comum é a vítima não registrar ocorrência junto à polícia (51%). Vale lembrar que a ferramenta não substitui o boletim de ocorrência policial, mas serve como um mapa paralelo de informações sobre a sua segurança.

As makas da cidade

(Imagem: Reprodução Sou da Banda)

As makas ou problemas dos bairros e das cidades angolanas podem ser denunciados na plataforma Sou da Banda, uma aplicação de telemóvel (e também um site) que pretende tornar mais eficaz a atuação da administração pública através da contribuição dos usuários. Os cidadãos angolanos podem denunciar makas como o excesso de lixo nas ruas, iluminação pública defeituosa, passeios estragados, placas de publicidade ilegais, buracos nas estradas, etc.

A ideia é facilitar o diálogo entre a população e as autoridades responsáveis. Após o registro, a denúncia é automaticamente enviada para a administração municipal responsável, que, em seguida, poderá agendar o dia em que solucionará o problema. Depois da publicação, o cidadão poderá ainda adicionar comentários e atualizar o status de “pendente” para “por resolver” e, em seguida, para “resolvido”.
Disponível desde o início de 2015, a plataforma já tem centenas de makas reportadas.

Trânsito

O aumento no número de carros no mundo inteiro fez o trânsito se tornar caótico em quase toda grande cidade. Mas o seu smartphone pode lhe ajudar a fugir do stress provocado pelas buzinas e filas quilométricas.

(Imagem: Reprodução Waze)

O Waze é um GPS para Android e iOS que conta com uma série de funcionalidades muito úteis. A principal delas é baseada no sistema colaborativo do app: os usuários do serviço podem fornecer informações sobre o trânsito, incluindo aí acidentes, buracos, obras, congestionamentos e mais.

Assim, quando for elaborar seu trajeto, você será avisado pelo Waze sobre eventuais problemas que poderá encontrar no caminho. O app oferece diversas alternativas de caminhos menos problemáticos e também pode recalcular a rota sempre que for necessário.

(Imagem: Reprodução Onde Parei?)

Já o Onde Parei? é um aplicativo para Android e iOS ótimo para encontrar seu carro, onde quer que você o tenha parado. Utilizando o sistema de GPS do aparelho, a ferramenta marca de forma aproximada o local onde o veículo está estacionado, ajudando a localizar o carro na volta. É possível ainda programar um alarme, para que o aplicativo avise quando seu tempo parado estiver próximo de “estourar”. O recurso é útil especialmente para quem costuma parar em locais com parquímetro ou estacionamentos com limite horário.

Todos exemplos de aplicativos citados funcionam de forma colaborativa, estimulam a participação e o sentimento de pertença ainda que de forma virtual, como parte integrante da solução do problema, funcionando como redes sociais de nicho.

E você, quais são os app colaborativos que mais costuma usar?

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