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Romário comemora prisão de ex-presidente da CBF e propõe CPI

O Senador Romário durante o 4º Seminário de Doenças Raras, na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(Imagem: Marcelo Camargo, Agência Brasil)

Foi oficialmente criada nesta sexta-feira (29 de maio) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o comitê organizador local da Copa do Mundo Fifa 2014, divulgou a Agência Brasil.

O início dos trabalhos, no entanto, ainda leva alguns dias. Respeitando a proporcionalidade das bancadas e dos partidos no Senado, os líderes partidários terão cinco dias para indicar os parlamentares que integrarão o colegiado e só depois disso é marcada uma reunião de instalação da comissão. Nela, serão eleitos presidente, vice-presidente e relator da CPI.

O senador e ex-jogador de futebol Romário (PSB-RJ) comemorou na última quarta-feira  a prisão do ex-presidente da CBF José Maria Marin, na Suíça. Crítico das ações do dirigente na confederação, o parlamentar destacou que a ação da polícia, em Zurique (Suíça), pode significar o início de mudanças no futebol brasileiro.

– Corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos, inclusive José Maria Marin. Ladrão tem que ir para cadeia. Parabéns ao FBI [Polícia Federal norte-americana]. Infelizmente não foi a gente [polícia brasileira] quem prendeu -, disse em audiência pública na Comissão de Educação do Senado que debatia a situação do futebol feminino no país.

Romário disse ainda que a situação atual do futebol resulta da atuação de pessoas que não estão interessadas em ajudar, mas só em dinheiro, e chamou de “ladrão, safado e ordinário” o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero.

– Suas contas fora do país estão recheadas -, afirmou.

A CPI da CBF será a sexta em funcionamento no Senado, terá sete membros titulares e 180 dias para investigar possíveis irregularidades em contratos feitos para a realização de partidas da Seleção Brasileira de futebol, de campeonatos organizados pela CBF, assim como para a realização da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo de 2014.

– Acredito que, com essa possibilidade dessa CPI nesta Casa, a gente possa realmente fazer um trabalho sério, corajoso e honesto, e que o resultado seja um só: que definitivamente o futebol brasileiro seja moralizado. Na verdade, dois resultados: que todos aqueles que praticaram crime durante esses anos todos e se enriqueceram ilicitamente paguem pelos seus crimes, principalmente sendo presos – declarou o ex-jogador e senador nesta quinta-feira.

Romário disse ainda que esse é o momento oportuno para uma devassa na CBF. Ele acrescentou ainda que as investigações do FBI apontam indícios de que parte das propinas pagas pelo ex-presidente da CBF José Maria Marin foram compartilhadas por outro ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira e pelo atual presidente, Marco Polo Del Nero.

O pedido de criação da CPI foi apresentado por Romário depois que Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos na última quarta-feira (27) pelo serviço de inteligência norte-americano (FBI) e pela polícia suíça em Zurique por suspeita de corrupção. Entre outras irregularidades, Marin teria recebido propina em um esquema de corrupção envolvendo a organização da Copa América.

(Imagem: Reprodução Agência Brasil)

Sede da CBF retirou o nome de José Maria Marin da fachada

 

Entenda o caso

A CPI da CBF foi motivada pela investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a participação de dirigentes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e empresários em uma fraude na escolha dos países-sede das duas próximas copas do Mundo (Rússia, em 2018, e Catar, em 2022).

Segundo as autoridades norte-americanas, durante as investigações foram encontrados indícios de práticas ilícitas em outros países. No Brasil, as suspeitas recaem sobre contratos de patrocínio e de transmissão da Copa do Brasil assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A pedido da Procuradoria de Nova York, a polícia da Suíça prendeu sete dirigentes da Fifa em um hotel de Zurique, onde ocorre um evento da entidade. Entre os presos, está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin. Os dirigentes foram indiciados por extorsão e corrupção pela Procuradoria de Nova York, que investiga o caso.

Segundo o Departamento de Justiça norte-americano, 14 réus, entre eles os dirigentes da Fifa presos hoje, são acusados de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro em “um esquema de 24 anos de enriquecimento por meio da corrupção no futebol”.

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