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Michel Temer na China: O bom filho a casa torna

Há cerca de um ano atrás, Dilma era afastada do cargo de Presidente da República. Há exatamente um ano atrás, Michel Temer, até então Vice-presidente, estaria embarcando para a sua primeira viagem como Presidente. Destino: China

 

 

Normalmente a primeira visita oficial de um presidente tende a dizer muito sobre a política externa pretendida. Neste caso, Temer optou muito claramente pelo eixo sino-brasileiro.

 

Na última terça-feira (29) o presidente anunciou em seu perfil oficial no Twitter que voltaria a China com o intuito de fortificar a parceria entre os dois países, apresentar os projetos de concessões anunciados pelo governo (ou seja, a lista de empresas estatais que o Governo pretende vender a privados) e para participar na IX Cimeira dos BRICS (organização de países emergentes formados por: Brasil, Rússia, India, China e África do Sul) que decorrerá em Xiamen.

 

Contudo, no seu percurso para a Ásia, o presidente fez uma escala em Lisboa. Essa paragem tem de tudo menos casualidade. Isso porque em junho, aquando a visita de Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa ao Brasil para comemorar o dia de Portugal, Camões e das comunidades, Temer falhou ao encontro em São Paulo. Alegou que havia um conflito no seu horário oficial e não seria possível encontra-los.

 

 

É importante saber que Portugal é a porta de entrada do Brasil a um mercado de cerca de 500 milhões de pessoas (a União Europeia) tornando-se estrategicamente atrativo, além do que, é considerado um grande embaraço diplomático que um Chefe de Estado visite outro país e não seja recebido pelo seu Chefe de Estado.

 

Talvez a sua paragem na capital lusitana seja uma tentativa de emendar esse falhanço, mas mais do que isso, é também a oportunidade para fazer propaganda das empresas que o Governo pretende privatizar e para reforçar a candidatura do Brasil formalizada em maio à OCDE (organização de 35 países que cooperam em matéria de economia, livre comércio e desenvolvimento).

 

 

A visita e o propósito da visita, como não podia deixar de ser, levantou reações tanto junto ao povo brasileiro, que tem debatido vastamente a questão das privatizações, quanto junto a outras pessoas públicas como o já pré-candidato a presidência Jair Bolsonaro, que questionou nas redes sociais “Seremos, no Brasil, inquilinos da China?”

 

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