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Brasil: Crise em estado do Norte leva à Intervenção federal

Desde o dia 10 de dezembro, o estado brasileiro de Roraima, em crise, está sob intervenção federal. A então governadora Suely Campos (PP) foi afastada imediatamente do cargo e substituída por Antonio Denarium. Denarium, do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, foi eleito para governador na última eleição.

 

Roraima acumula nos últimos anos um conjunto de eventos que transformaram a crise do estado em uma das mais severas do país. As dívidas públicas, por exemplo, rondam os 3 bilhões de reais (algo em torno de 670 milhões de Euros) e os salários atrasados já somam 180milhões (40 milhões de Euros). O resultado é uma greve geral de servidores que não recebem seus salários há meses – incluindo policiais civis. A paralisação das esquadras e dos policiais aumenta a insegurança da região e preocupa moradores. Houve aumento de rebeliões e revoltas em prisões. Na área da saúde, cirurgias não urgentes estão suspensas por falta de material, segundo a Agência Brasil.

 

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Grande parte do agravamento da crise econômica, segundo a governadora afastada, é dado pela onda migratória de venezuelanos a fugir do regime de Maduro. Roraima é uma das grandes portas de entrada no país e a população cresceu exponencialmente. Com isso, cresceram os gastos públicos com assistência social, saúde e apoio humanitário. Estima-se que aproximadamente 15% dos moradores atuais sejam venezuelanos. No entanto, já havia relatórios indicando a pouca robustez financeira do estado mesmo antes da onda migratória.

 

O discurso de que a presença dos venezuelanos aprofundam a crise gera revolta na população. Em agosto, brasileiros destruíram um acampamento e expulsaram venezuelanos da região de Pacaraima. Os relatos de brigas entre as duas nacionalidades aumentam, assim como mortes e violências em situações que, suspeita-se, tenham origem em xenofobia. O interventor de Roraima, além de reconfigurar a lógica tributária do estado, afirmou que vai restringir a entrada de venezuelanos no território. A medida, porém, enfrenta resistências, pois contraria a política nacional de acolhimento a refugiados defendida historicamente pelo Brasil.

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