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Brasil, o país das cesarianas. Infelizmente.

(Imagem: Reprodução Blogfolha)

Segundo dados da revista Pesquisa Fapesp, a cada minuto são feitas três cesarianas no Brasil: duas pagas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e uma por convênios médicos privados. Mas em 65% dos casos, o procedimento é considerado desnecessário.

Esses são alguns dos dados que confirmam uma infeliz realidade: o Brasil é o país que mais realiza cesáreas por número de nascimentos no mundo.

A verdade é que esses números se materializam não em uma maior segurança como apontam alguns, mas acréscimo do risco de morte tanto para o bebê quanto para a mãe. Um exemplo disso é que o país havia se comprometido com a Organização das Nações Unidas (ONU) em reduzir a mortalidade nos nascimentos em 75% na comparação com a década de 1990. O fez em apenas 55%. Segundo a própria ONU, o excesso do uso dessa modalidade de parto está entre os principais responsáveis pelo fraco desempenho. Uma em cada mil mulheres que faz cesariana morre em consequência da cirurgia.


Mulheres submetidas ao procedimento,
segundo a ONU, têm 3,5 vezes mais chances
de morrer do que aquelas que
realizam parto natural.

A Organização Mundial da Saúde
recomenda que no máximo 15% dos nascimentos
sejam realizados por cesáreas.
No Brasil, este número fica perto de 55%.

 


Os partos por procedimento cirúrgico são agendados: têm hora para começar e terminar com uma previsibilidade superior ao parto normal. Acaba por ser conveniente para médicos e sistemas de saúde em stress, pressionados por metas de “produtividade” e com objetivos de lucro e sistematização do processo à frente dos aspectos humanos e da vontade materna.

Hoje claramente este assunto não recebe a atenção que merece. Cada vez mais trata-se de um problema de direitos humanos, e não é raro configurar-se violência contra a mulher.

O projeto “1:4 Relatos da violência obstétrica” realizou um ensaio fotográfico com depoimentos gravados nos corpos de mulheres vítimas de violência obstétrica, e que ilustram o sofrimento e algumas das consequências dos partos cirúrgicos ou episiotomias (corte do períneo, supostamente para ajudar a saída do bebê) realizados contra a vontade da mãe ou mal executados.

 

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(Imagem: Reprodução uai.com.br)

 

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(Imagem: Reprodução uai.com.br)

 

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(Imagem: Reprodução uai.com.br)

 

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(Imagem: Reprodução uai.com.br)

É evidente que muitos são os casos em que há uma indicação clínica adequada para a cesariana. O problema é quando esse procedimento é escolhido por critérios outros que não o bem-estar e a saúde (de curto e longo prazo) da mãe e do bebê, tornando-se algo banal.

No país do futebol, a saúde privada mostra-se a vilã das estatísticas.


17 a cada 20 bebês nascidos
via planos de saúde brasileiros
vieram ao mundo por cesarianas.


Noventa companhias não realizaram sequer um parto natural durante o ano de 2013 por exemplo.

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(Imagem: Reprodução brasileiros.com.br)

 

– Na verdade são muito raros os casos em que realmente a cesariana é o único caminho. É preciso lembrar contudo que um parto normal e sereno começa muito antes da gestação. Quando as futuras mães, e também os seus companheiros, estão devidamente acompanhados e entram em uma sintonia de amor orientada para a chegada do novo membro da família, e se permitem libertar-se de muitos bloqueios e “pequenas grandes” tensões acumuladas no seu dia a dia, o restante do processo fica muito facilitado. Uma coisa está liga à outra. Há hoje muitas ferramentas/terapias disponíveis que facilitam esse momento. Constelações Familiares e muitas outras. Cada caso é um caso – explica Aleksandra Ewa Berg, umas das maiores especialistas em parto humanizado de Portugal.

As mães, principalmente as de primeira viagem, são muitas vezes induzidas a pensar que a cesariana é o único caminho, por “problemas” que possuem na verdade resoluções simples. Finalizamos deixando um vídeo que ilustra muito bem um desses exemplos: na gravação, o médico inverte a posição do bebê em poucos minutos, com uma massagem.

Informe-se e procure sempre estar bem assessorada por profissionais qualificados, mas não só. É importante escolher profissionais que partilhem os mesmos valores que você, no que se refere ao significado de trazer ao mundo uma nova vida.

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