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Amílcar Cabral, o filme: saiba como pode fazer parte desta história

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A história de vida de um dos maiores símbolos da resistência ao colonialismo, no continente africano, vai ser retratada num documentário. O realizador do projeto, Miguel Eek, descobriu o trajeto de Amílcar Cabral durante uma viagem a Cabo Verde, em 2013. De imediato, ficou fascinado com a determinação do líder africano e com a sua dedicação à luta pela independência dos territórios guineense e cabo-verdiano, dominados por Portugal.

 

Embora seja de nacionalidade espanhola-sueca, Eek considerou que isso serviria para garantir a imparcialidade do seu trabalho. Assim, formou uma pequena equipa e começou a entrevistar alguns familiares, amigos e companheiros de Cabral. Segundo o retrato apurado até ao momento, o autor afirma que “direitos humanos, utopia, racismo, amor impossível, ambição, guerra e traição” convergem na vida do ícone africano. Por isso, a sua história ultrapassa as fronteiras do continente.

 

O documentário “Amilcar — The African Utopias Maker” (Amílcar — O realizador de Utopias Africanas; tradução livre) está a ser trabalhado há cerca de seis anos. Conta com uma espécie de diário de bordo, no qual pode ter acesso a inúmeras informações (sinopse, imprensa, participantes, equipa, etc.) e, também, participar financeiramente para ajudar na conclusão do projeto. Pode contribuir  para a causa e assistir ao trailer arrepiante do filme, aqui.

 

Amílcar Cabral (1924–1973)

Embora tenha nascido naquele que, atualmente, é o território da Guiné-Bissau, Cabral partiu para Cabo Verde com apenas oito anos, acompanhado a sua família. Enquanto estudante, conseguiu uma bolsa de estudos para ingressar na universidade, devido ao seu brilhante rendimento académico. Assim, o jovem mudou-se para Lisboa para estudar Engenharia Agrónoma no Instituto Superior de Agronomia.

 

Foi dentro da sua “nova” vida universitária que Cabral começou a envolver-se mais com as ideologias oposicionistas. Todo esse crescente desenvolvimento dos seus interesses políticos ganharam (ainda mais) forma com a formação do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em 1956. Graças a esta nova força de oposição ao regime, pela conquista da independência, o colonialismo português viu-se verdadeiramente ameaçado.

 

Durante a sua luta, Amílcar Cabral foi reconhecido internacionalmente como um grande líder político e militar. Muito devido ao seu trabalho, a causa anticolonial ultrapassou fronteiras e chegou às bocas do mundo. Infelizmente, não viveu o suficiente para assistir à conquista da independência e à queda do imperialismo português, tendo sido assassinado em janeiro de 1973. Segundo as informações do documentário, o seu homicídio originou-se devido à traição de membros do partido, que eram, na realidade, informantes do regime.

 

Ainda que tenha falecido oito meses antes da libertação do seu povo, jamais se poderá dissociar o nome de Amílcar Cabral destas conquistas. Trata-se de uma figura incontornável da história da Guiné-Bissau e de Cabo Verde.

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