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Brasil fica fora de acordo da Cúpula do Clima para zerar desmatamento até 2030

O Brasil surpreendeu a comunidade internacional ao não assinar nesta terça-feira (23) um acordo de combate ao desmatamento apresentado durante a Cúpula do Clima, em Nova York, um encontro que reuniu mais de 120 chefes de Estado. O documento propõe reduzir pela metade o corte de florestas até 2020 e zerá-lo na década seguinte.

A presidente Dilma Rousseff, em seu discurso, listou os avanços brasileiros na questão do desmatamento, que caiu 79% desde 2004. Contudo, não endossou o principal documento da cúpula, a Declaração de Nova York sobre Florestas.

“A redução no desmatamento evitou lançar na atmosfera, a cada ano, 650 milhões de toneladas de CO2. “O Brasil, portanto, não anuncia promessas. Mostra resultados”, afirmou a presidente.

A maior restrição diz respeito ao texto, que pode colidir com a legislação brasileira ao não fazer distinção entre desmatamento legal e ilegal. Como no Brasil se permite o manejo sustentável de florestas para extração de madeira e derrubada de áreas para agricultura, o país não poderia aderir ao desmatamento zero.

“É diferente ter deflorestamento legal e deflorestamento ilegal. Nossa política nacional é combater o desmatamento ilegal”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista a agências internacionais.

De acordo com informações do jornal O Globo, embora tenha considerado o acordo importante e criticado o Brasil por rejeitá-lo, o Greenpeace também não o assinou por considerá-lo vago demais. Segundo a ONG, os compromissos voluntários não substituem ações governamentais.

Apesar de apresentar uma bela cifra para o esforço contra o aquecimento (200 bilhões de dólares em recursos públicos e privados até 2015), em matéria de novos compromissos políticos, o resultado da cúpula pouco avançou. Barack Obama, presidente dos EUA (país responsabilizado pelos impasses nas negociações), disse que vai incluir efeitos sobre o clima na decisão sobre programas de ajuda internacional. Mas não foi além da retórica.

“De todos os desafios imediatos que temos de enfrentar nesta semana — terrorismo, instabilidade, desigualdade, doenças —, há um que vai definir os contornos deste século mais dramaticamente que qualquer outro: a crescente ameaça da mudança climática”, afirmou.

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