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Cachupa cabo-verdiana inspira e tempera música de rapper português

As raízes cabo-verdianas do rapper Boss AC estão bem presentes no seu último trabalho musical A vida continua”. Ângelo César do Rosário Firmino – artisticamente reconhecido como Boss AC – nasceu na Ilha de São Vicente, em Cabo Verde. O artista, que consolidou a sua carreira em Portugal, é considerado um dos pioneiros do hip hop lusitano. No entanto, apesar de ter singrado por terras portuguesas, no seu mais recente trabalho fez questão de escrever uma ode musical à famosa cachupa cabo-verdiana, transcendendo fronteiras com o singleCatchupa Sab.

 

O rapper, que lançou o disco em outubro (2018), deixou claro que a cachupa cabo-verdiana é um dos seus pratos de eleição. Para Boss AC  as “carninhas” desta iguaria “fazem maravilhas”, trazendo até ao prato “o sabor lá das ilhas”. Segundo as rimas que constroem a música, apesar de serem condimentos pouco utilizados na cozinha portuguesa, quem ouvir o tema que lhe toma o nome “vai querer comer catchupa todos os dias“, independentemente da nacionalidade.

 

O videoclipe do single “Catchupa Sab”, além de evidenciar os ingredientes que constroem o sabor do pitéu-rei da mesa cabo-verdiana, conta com a participação especial do chef  de cozinha José Avillez e com os ritmos dos Supa Squad – um grupo português de dancehall (estilo artístico jamaicano). O vídeo musical, que faz lembrar uma curta-metragem cómica, tenta transmitir, sobretudo, boa-disposição, aguçando a curiosidade dos telespectadores sobre a “qualidade” dos temperos da cachupa.

 

“Vais acabar a falar crioulo comigo” porque “o pitéu das ilhas é um perigo”, avisa Boss AC, acrescentando que, quem experimentar este prato, irá querer repeti-lo. Por isso, o rapper sugere que todos os curiosos, que se deixam embalar pelo “Catchupa Sab”, ponham a mesa enquanto ele cozinha. “Enchidos, carninha (…) milho“; junta-se “o feijão, vai ao lume e, depois, é estrilho”, explica o artista, relembrando que “há quem ponha ervilhas” na receita. Segundo Boss AC, os “truques são vários” para deixar a “catchupinha das ilhas no ponto”; por isso, o melhor que tem a fazer é deixar que o sirva, enquanto saboreia o single até ficar satisfeito.