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Diplomacia lusófona favorável à livre circulação na CPLP

Os diplomatas que representam os países de língua portuguesa nas Nações Unidas estão a favor da facilitação da circulação ou de residência nos Estados-membros do bloco lusófono. Em entrevista à Rádio ONU, embaixadores de Angola, Guiné-Bissau e Moçambique citam vantagens de uma eventual supressão de vistos.

 

Existe lusofonia sem liberdade de circulação?

 

O assunto foi colocado na agenda por Portugal recentemente, quando o primeiro-ministro português, António Costa, sugeriu o fim da necessidade dos vistos e o estabelecimento da livre circulação e residência para cidadãos lusófonos.

 

O embaixador de Angola junto à ONU, Ismael Martins, citou à Rádio ONU os possíveis ganhos para as economias de toda a CPLP com a adopção da medida para passaportes comuns.

 

– Com São Tomé e Príncipe, a situação no tocante à relação de circulação entre países não é dificultada mas fácil. No tocante a Cabo Verde também. O principal problema tem sido em relação a Portugal. É preciso passar da facilitação dos cidadãos detentores de passaportes diplomáticos para todos os outros, sobretudo os empresários que são os principais criadores de riqueza nas nossas economias.

 

Em setembro de 2015 entrou em vigor o Acordo sobre a Concessão de Visto para Estudantes Nacionais dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), após a sua ratificação por Cabo Verde. No mês seguinte, São Tomé e Príncipe suprimiu vistos para cidadãos do bloco.

 

São Tomé e Príncipe facilita entrada de cidadãos da CPLP no país

 

O embaixador da Guiné-Bissau junto à ONU, João Soares da Gama, alertou que cidadãos guineenses e os seus familiares “em número significativo” encaram dificuldades de movimentação dentro da CPLP:

 

– Muitas vezes pretendem ir em visitas e têm obstáculos para entrar em Portugal, esse é apenas um exemplo. Também temos cidadãos em vários países da CPLP. Esse tipo de intercâmbio seria importante para permitir a livre circulação entre as pessoas, o intercâmbio nos domínios cultural, académico e outros. É claro que o nosso país, estando nesta situação ainda difícil e de relativa instabilidade, talvez não tenha essa como a prioridade das prioridades. Mas é claro que as autoridades darão atenção especial num momento certo – comenta.

 

Para Moçambique, uma decisão coordenada para abolir vistos entre países lusófonos deve ter em conta alguns “aspectos sensíveis” que precisam de paciência. O embaixador António Gumende louva a iniciativa de São Tomé e Príncipe, mas afirma que uma implementação da medida em todo o bloco vai levar tempo.

 

– Acima de tudo é preciso que os países, em conjunto, encontrem as formas e os mecanismos mais adequados que respondam aos seus processos internos e que possam servir de uma alavanca para o desenvolvimento que todos almejam dentro do grupo. Portanto, isto não pode ser visto de forma separada mas como parte de um contributo para o objectivo mais geral que é a construção do bem-estar nos países-membros da CPLP – analisa.

 

Leya

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