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Doação anónima origina bolsa Marielle Franco em faculdade norte-americana

O Programa de Estudos latino-americanos (LASP) da School of Advanced International Studies (SAIS), da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos da América (EUA; Baltimore), lançou uma nova bolsa de estudos em homenagem a Marielle Franco – e com o seu nome. Anualmente, apenas um estudante será contemplado com este apoio financeiro, destinado ao mestrado de Relações Internacionais, que tem a duração de dois anos, tal como o ciclo de estudos para a obtenção do grau de mestre. A origem deste novo incentivo deu-se através de uma doação anónima.

 

Na página oficial da SAIS pode ler-se um resumo sobre a aplicação desta bolsa, que visa promover a luta por avanços na justiça social, igualdade e representação política – áreas que devem ser prioritárias para o/a aluno/a a quem será atribuída. É automaticamente renovável para o segundo ano do mestrado, se o/a bolseiro/a manter um GPA (Grading in education – Classificação educacional, em tradução livre) total de, no mínimo, 3.4 (sendo que esta escala norte-americana  vai até 4.0). Qualquer estudante que integre o SAIS pode ser selecionado, independentemente da sua nacionalidade.

 

 

De acordo com as informações divulgados pelo O Globo, as aulas serão lecionadas em Washington, mas durante o primeiro ano do mestrado há a possibilidade de estudar em Itália, mais concretamente na cidade de Bolonha, onde a Universidade Johns Hopkins tem um campus. Ainda segundo a mesma publicação, dos 60 alunos que integram o mestrado do programa do SAIS 40% são latino-americanos ou descendentes nascidos nos EUA.

 

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Logo no dia que sucedeu o assassinato de Marielle, que vitimou também Anderson Gomes, seu motorista, a população carioca saiu à rua para lhe prestar homenagem (Imagem: Reprodução Bernardo G.)

Marielle Franco foi uma vereadora brasileira do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que, a 14 de março deste ano (2018), perdeu a vida num evento brutal que fez o Brasil (e muitos outros locais do mundo) sair às ruas para pedir justiça. Foi assassinada a tiro enquanto circulava na estrada, num carro conduzido pelo seu motorista, Anderson Gomes, que também foi atingido e morto. Marielle tornou-se, assim, e devido a toda a sua luta em vida, enquanto ativista, um símbolo de resistência à opressão e um rosto de referência para o feminismo e para a luta dos direitos das mulheres negras, faveladas e lésbicas, como ela própria também era.

 

Com apenas 38 anos, a vereadora carioca, oriunda da favela Complexo da Maré, teve a vida ceifada por um sistema que lhe falhou, sem que, até agora, oito meses depois do seu assassinato, se saibam, ainda, quem são os responsáveis pelo crime. Felizmente, a morte de Marielle acabou por estimular o envolvimento da população na demanda por justiça social e mobilizou, largamente, as redes sociais em favor disso mesmo. Relembramos que, contabilizando apenas o período desde a noite do assassinato até ao dia seguinte, o seu nome foi mencionado mais de meio milhão de vezes no Twitter, segundo a Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas.

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