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Primeiro-ministro da Guiné-Bissau é afastado do cargo depois de divergências com Presidente

(Imagem: Reprodução dw.com)

O Governo do primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, foi dissolvido pelo Presidente, José Mário Vaz, como resultado das tensões e divergências entre os dois responsáveis políticos na forma de governar o país.

A situação foi o ápice da crise política entre o Presidente e o primeiro-ministro, cuja relação vinha dando sinais de instabilidade há alguns meses, situação que veio a público na última semana.

O decreto presidencial que exonera Simões Pereira foi tornado público depois das 23 horas desta quarta-feira, na Rádio Difusão Nacional, um órgão do governo.

Ontem à tarde, durante o seu discurso à nação, José Mário Vaz teceu fortes críticas contra o executivo de Domingos Simões Pereira, assim como o Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá.

Quanto à remodelação governamental que tinha sido ventilada, Mário Vaz foi peremptório:

– Mesmo que todos os membros do Governo fossem substituídos, ainda assim, a grave crise política que põe em causa o regular funcionamento das instituições não seria provavelmente ultrapassada, na medida em que a questão substantiva é a quebra mútua da relação de confiança com o próprio Primeiro-Ministro – afirmou.

Os planos e as opções do chefe de Estado guineense ainda não são totalmente conhecidos, mas alguns países e organizações internacionais já expressaram os seus receios sobre as consequências desta nova crise político-institucional.

Na última terça-feira (11 de agosto), os representantes da comunidade internacional na Guiné-Bissau lançaram um apelo no sentido das autoridades guineenses escolherem o “diálogo como o único meio para uma solução durável de qualquer diferendo“.

O comunicado sublinhava a “grande apreensão” da comunidade internacional “relativamente aos contornos institucionais e eventuais consequências da situação de instabilidade política” no país.

A última grande crise na Guiné-Bissau aconteceu há apenas dois anos e quatro meses, com o golpe de estado de 12 de Abril de 2012.

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