Tecnologia

Você sabe o que “eles” sabem de você?

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Privacidade: algumas experiências dignas de um episódio de Black Mirror já são reais em muitas partes do mundo. Animais robôs de companhia, inteligência artificial que sabe o seu histórico de saúde, publicidade hiperdirecionada em lojas — online ou físicas, são só alguns dos exemplos. E cada vez mais pessoas buscam experiências que torne momentos banais da vida — como comprar em supermercados — mais práticos.

 

Mas, para termos cada vez mais tecnologia e conteúdos ditos “personalizados”, é fundamental o acesso aos nossos dados pessoais, que são tratados e comercializados — às vezes com e às vezes sem a nossa autorização. O quanto as empresas e os governos sabem de nós? Essa pergunta já tem uma resposta: muito. Desde a divulgação das medidas de vigilância da NSA (National Security Agency) e o programa de vigilância PRISM — pelos quais ficaram célebres Edward Snowden e Julien Assange —, passando pelo escândalo dos vazamentos da Cambrigde Analytics, de dados do Facebook, Gmail, WhatsApp, sabe-se que a privacidade começa a ser um bem de luxo.

 

Veja cinco formas de saberem seus dados:

1) Telefone

A primeira coisa a destacar é que o seu smartphone é responsável pela maior quantidade de dados armazenados. Sim! É este belo aparelho móvel o responsável por boa parte dos dados salvos, seja pelo acesso concedido a apps, e-mails, contas bancárias, senhas ou mesmo em funções acopladas, como temperatura do lugar em que está e todas as informações que dependem de geolocalização. Tudo isso é colocado em nuvens para, depois, serem acessados remotamente pelas empresas às quais der autorização. Muitas outras experiências são pensadas a partir do smartphone.

 

2) Lojas

As lojas físicas têm perdido espaço para compras online, mas cada vez mais buscado correr atrás do prejuízo por meio do uso de tecnologia. Espaços interativos, análise de perfil para saber os gostos e desejos dos clientes, tudo isso conta. A empresa Telefônica, por exemplo, tem um projeto de loja física altamente tecnológica — com foco na internet das coisas — chamado Spotdyna. A experiência é marcada pela interconexão entre espelhos com realidade virtual, contas pessoais no seu smartphone e sensores que identificam clientes para que possa ser enviado propostas personalizadas. O sistema funciona com base no seu telefone ou tablet. Quanto mais o cliente usa, mais alimenta esse sistema.

 

3) Redes Sociais

Além do óbvio — de que as redes sociais (acessadas pelos smartphones) têm total acesso às suas fotos, localização, amizades, laços pessoais, interesses —, já teve a sensação de que, ao falar pessoalmente sobre algo em específico com um amigo, logo em seguida as redes sociais mostram publicidade direcionada ao assunto sobre o qual falavam? Pois não foi só você. As alegações de que os microfones dos smartphones transmitem conteúdos mesmo quando não estão sendo usados são comuns. Muitas pessoas alegam conversar, por exemplo, sobre a marca Toblerone e, em seguida, serem inundadas com propaganda do chocolate. Os casos mais relatados dizem respeito a viagens.

 

4) Cadastro Positivo

Um sistema de “rankeamento” financeiro escolhido na China fará com que todos os cidadãos sejam colocados numa lista de acordo com as dívidas e os pagamentos que cumprem ou não. Isso servirá para as agências de crédito terem noção da fiabilidade de um cliente e, assim, decidir sobre como ofertar produtos, que taxas cobrar e como esperar um retorno. No Brasil, um sistema parecido chamado Cadastro Positivo pretende dar às empresas todos os dados dos clientes, dificultando a privacidade ao cidadão. O Cadastro Positivo contará com dados íntimos como rendas, dívidas, valores, datas, atrasos, todo o seu histórico financeiro disponível e ainda dados pessoais como endereço, telefone, nomes e data de nascimento.

 

5) Assistentes de voz

Siri (da Apple), Alexa (da Amazon) e Cortana (da Microsoft) podem ser uma grande ajuda para buscar dados na internet ou saber informações sobre o trânsito em sua região. Mas quanto disso expõe a tua privacidade? Ao permitir o acesso de seu smartphone ou computador a um dos assistentes de voz, está a permitir o acesso a câmeras e microfones. Já viu que há muitas pessoas que colocam um adesivo em frente à câmera? Isto é porque há formas de acessá-las remotamente e mesmo fazer gravações à distância. Quer arriscar?

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