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União Europeia adia votação sobre glifosato

Leya

 

O assunto não é novo e surge de uma batalha que travada por quase toda a Europa sobre o uso do glifosato, um pesticida considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como potencialmente cancerígeno.

 

Mas a votação que definiria a continuidade ou não da venda de glifosato nos países da União Europeia (UE), que deveria acontecer esta semana, foi adiada pela organização.

 

– Como estava claro que não haveria uma maioria, optamos por não votar – declarou um porta-voz da Comissão Europeia, braço executivo da UE. A proposta que será votada prevê a renovação da permissão de venda por nove anos, a partir do vencimento da permissão atual, que vence em 30 de junho.

 

Conforme o porta-voz, a Comissão pretende avaliar a melhor resposta após dois dias de debates entre especialistas do países participantes do bloco. Após fracassar na tentativa de obter a maioria pela liberação em março, a Comissão optou por reduzir o prazo proposto inicialmente, que era de 15 anos.

 

Em Março de 2015, a Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro da Organização Mundial de Saúde declarou o glifosato como “carcinogéneo provável para o ser humano”.

 

Atualmente, o glifosato é um dos pesticidas mais aplicados em Portugal, sendo utilizado por pelo menos 89 Câmaras Municipais, ou perto de um terço das autarquias do país, segundo dados publicados no portal Diário Digital. Amplamente disponível para compra em supermercados, foram vendidas em 2014 cerca de 1.600 toneladas do produto, segundo números revelados na imprensa.

 

Entretanto, o assunto ganhou forte repercussão em Portugal, motivando ações para reverter o uso da substância, como uma petição dirigida à Assembleia da República, ao Presidente da República e ao Ministério do Ambiente, para a “a proibição total de venda, distribuição ou uso do herbicida glifosato” em Portugal. O documento já conta com cerca de 15 mil assinantes.

 

Nessa mobilização encontra-se a Quercus que é contra a utilização do glifosato, tendo lançado uma campanha a incentivar as autarquias a deixar este produto, tendo obtido a adesão de seis municípios, incluindo Porto e Braga, e 14 freguesias.

 

 

No início do mês de maio, a própria ONU divulgou uma versão diferente, referindo que é pouco provável que o herbicida glifosato – vendido pela empresa Monsanto com o nome comercial “Roundup” e que é largamente usado na agricultura e nos jardins – provoque cancro nas pessoas.

 

 

O que é glifosato?

É uma molécula desenvolvida pela multinacional norte americana Monsanto com o objetivo de matar ervas daninhas e outras ameaças às culturas agrícolas. O glifosato é também utilizado em jardins e em espaços públicos com a mesma função. Toxicologistas têm estudado os efeitos do glifosato isoladamente, dos aditivos e das formulações. Análises toxicológicas sugerem que outros ingredientes em combinação com o glifosato podem ter maior toxicidade do que o glifosato isoladamente.

 

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