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Existe lusofonia sem liberdade de circulação?

O presidente da Casa de Angola em Coimbra, Bento Monteiro, afirmou  nesta terça-feira que enquanto não existir liberdade de circulação de pessoas a lusofonia não vai ser aquilo que se deseja que seja. Monteiro esteve na tertúlia “Saúde em Português e o Mundo Lusófono”, promovida pela organização não governamental Saúde em Português, no auditório da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.

 

– Enquanto não existir uma comunidade em que haja liberdade de circulação de cidadãos, a lusofonia e o mundo lusófono não vão ser aquilo com que sonhamos -, defendeu Bento Monteiro.

 

Segundo o portal Rede Angola, o presidente da Casa de Angola em Coimbra referiu também que o cidadão comum não se revê na lusofonia, por esta ter sido constituída sempre com base na política.

 

De fato, o assunto da livre circulação não é novo. Em janeiro último, Antônio Costa defendeu a criação do espaço de livre circulação. Em declarações à agência Lusa, o líder do Partido Socialista (PS) português afirmou que “a liberdade de residência em cada um dos nossos Estados, o reconhecimento dos diplomas de formação em todos os Estados, a portabilidade dos direitos sociais e o exercício dos direitos políticos não só no país da nacionalidade mas também no país onde têm residência”.

 

Já na Confederação Empresarial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CE-CPLP), pede-se a livre circulação de pessoas, bens e serviços nestes países, além da livre transferência de capitais para melhorar as economias nacionais.

 

A livre circulação de bens, pessoas e serviços, e a livre transferência de capital entre os nossos países tornaria mais fácil gerar negócios e aumentar as economias”, disse em agosto Salimo Abdula, presidente da CE-CPLP argumentando que, como “o empresariado pede”, bastaria haver “vontade dos políticos para haver um real desenvolvimento das economias de todos e que nos levariam a ser uma das maiores forças a nível internacional”.

 

Mas entre o discurso sobre um espaço de livre circulação e uma cidadania lusófona e a prática vê-se uma grande distância. Pois, como bem lembrou Bento Monteiro, é necessário “convencer os políticos no sentido de descerem à terra, porque toda a construção tem que ter uma base sólida”, de baixo para cima, sendo que neste momento a lusofonia, que começou “em cima, ainda não desceu”. Desta forma, o cidadão comum não se revê nem sente a lusofonia, o que, para ele, estaria relacionado “com a ausência de cooperação entre os povos e de solidariedade efetiva”.

 

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