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Antigo homem forte do Espírito Santo resgata Jesus com a bênção de Angola e da Guiné Equatorial

(Imagem: Reprodução Sporting na Mente)

 

O inacreditável aconteceu e a forma como aconteceu teve contornos também eles inacreditáveis. Ainda não é oficial, mas Portugal acordou hoje com uma notícia que está a abalar o país, Jorge Jesus, o treinador bicampeão pelo Benfica (que já tinha sido campeão de águia ao peito em 2010), vai abandonar o clube para ingressar no Sporting, o eterno rival do lado oposto da Segunda Circular.

Em causa, como não podia deixar de ser no futebol moderno, está o dinheiro. Luís Filipe Vieira, o Presidente dos encarnados, não quis (ou não conseguiu?) igualar o salário pretendido pelo treinador português, e, inclusivamente, queria que este diminuísse, já que o vencimento de 4 milhões ao ano, fazia de Jesus, de longe, o mais bem pago treinador da Liga portuguesa.

O mister não esteve pelos ou para ajustes, aproveitou a deixa e juntou o útil ao muito agradável, uma proposta milionária do seu clube do coração, um prémio de assinatura de 5 milhões de euros limpos e um contrato anual no valor de 3,2 milhões de euros também limpos, já para não falar dos eventuais prémios, que ao que tudo indica, poderão fazer este valor disparar para os 6 milhões de euros/ano! O maior contrato de sempre para um treinador em Portugal, terá a duração inicial de três anos.

Pelos valores envolvidos este parece ser um negócio das arábias, mas não é, é mesmo do mais lusófono que há, uma vez que para acontecer, foram fulcrais as participações de elementos ligados a dois países de língua oficial portuguesa, Angola e a Guiné Equatorial. Mas vamos por partes.

O financiamento do dinheiro para realizar a transferência foi conseguido por Álvaro Sobrinho, o empresário luso-angolano, detentor por via indireta de cerca de 30% do capital da SAD sportinguista, antigo diretor do Banco Espírito Santo (BES) em Lisboa e antigo Presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESa), que se encontra a ser investigado pela gestão danosa das referidas instituições bancárias, e que há não muito tempo, numa Comissão de Inquérito Parlamentar em Portugal, em que se fez acompanhar por Rogério Alves, advogado e antigo Presidente da Assembleia-Geral da SAD leonina, se assumiu culpado por uma parte do desfecho de ambos os bancos.

Álvaro Sobrinho não estará sozinho neste investimento, é certo que investidores da Guiné Equatorial, país onde o Sporting já abriu uma academia e que, segundo uma entrevista dada por Carlos Vieira, vice-Presidente do clube e administrador da área financeira da SAD ao DN, poderá vir a patrocinar as camisolas do clube, também disponibilizaram fundos financeiros para que tal fosse possível. Parece que também aqui Bruno de Carvalho foi mais eficiente que Luís Filipe Vieira a firmar parcerias.

Para além da excelente contratação a nível desportivo que o clube verde e branco consegue (e do prazer de roubar um ativo financeiro de inestimável valor ao eterno rival), também a nível empresarial a marca Sporting sai muito valorizada no universo da lusofonia, espaço onde até agora só o Benfica parecia ter uma estratégia clara de implementação e afirmação.

A vinda de Jorge Jesus, por si só, não põe o Sporting ao nível competitivo de Benfica e FC Porto, pelo que é de esperar que o clube de Alvalade esteja particularmente ativo neste defeso e faça chegar reforços que permitam a Jorge Jesus atingir o objetivo traçado pelo seu novo Presidente, fazer o clube campeão no espaço de dois anos.

Por agora fica a novela, que promete fazer correr ainda muito mais tinta nos próximos dias, mas que terá sempre como desfecho o regresso de Jorge Jesus à única casa onde festejou títulos… enquanto adepto.

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